Quando e porquê recorrer à Osteopatia Pediátrica?
A chegada de um bebé é um momento mágico, mas também pode trazer consigo dúvidas, inseguranças e desafios inesperados. É precisamente aí que a osteopatia pediátrica pode desempenhar um papel fundamental: ao ajudar os bebés a crescerem com mais conforto, equilíbrio e bem-estar.
O que é a Osteopatia Pediátrica?
A osteopatia pediátrica é uma abordagem manual suave e não invasiva, adaptada às características anatómicas e fisiológicas do bebé e da criança. Baseia-se em princípios como:
• A capacidade natural do corpo de se equilibrar e curar (autorregulação);
• A interligação entre estruturas (ossos, músculos, articulações) e função (respiração, digestão, sono, desenvolvimento motor);
• O tratamento da criança como um todo (físico, emocional e até relacional).
Nos bebés, o corpo ainda está em crescimento e em grande plasticidade, o que significa que pequenas disfunções podem ter impacto significativo, mas também são mais fáceis de corrigir se forem detetadas precocemente.
Quando é que faz sentido procurar um osteopata pediátrico?
Há várias situações em que a osteopatia pode ser benéfica, desde os primeiros dias de vida. Eis alguns exemplos:
1. Durante o primeiro mês de vida
O parto, mesmo quando natural e sem complicações, implica forças consideráveis sobre o corpo do bebé. A compressão do crânio durante a passagem pelo canal de parto, ou intervenções como ventosas, fórceps ou cesariana, podem gerar tensões ou desalinhamentos, especialmente a nível da base do crânio e do pescoço.
Nestes casos, o bebé pode apresentar sinais como:
• Irritabilidade excessiva sem causa aparente;
• Dificuldade em dormir ou mamar apenas de um lado;
• Assimetrias da cabeça (plagiocefalia), torcicolo, ou preferência em virar-se sempre para o mesmo lado.
2. Quando há sintomas funcionais persistentes
Muitas das queixas mais frequentes nos primeiros meses de vida estão ligadas a disfunções somáticas (restrições de mobilidade em certas zonas do corpo). A osteopatia pode ajudar nos seguintes casos:
• Cólicas e gases persistentes;
• Refluxo gastroesofágico leve;
• Dificuldades na sucção e deglutição;
• Obstipação;
• Otites de repetição.
3. Como forma de acompanhamento preventivo
Mesmo que o bebé esteja “aparentemente bem”, é possível fazer uma avaliação preventiva. Esta abordagem permite detetar e corrigir desequilíbrios antes de se manifestarem de forma mais evidente, especialmente ao nível:
• Do tónus muscular;
• Do desenvolvimento motor;
• Da simetria craniana e postura.
E nas crianças mais crescidas?
A osteopatia pediátrica não se limita aos primeiros meses. Ao longo da infância, pode ajudar em casos de:
• Alterações posturais (escolioses, hiperlordoses);
• Dores musculares ou articulares sem causa identificada;
• Dificuldades de concentração, ansiedade ou perturbações do sono;
• Apoio complementar em casos de alterações do neurodesenvolvimento (ex. disfunções sensoriais e TDAH. Sempre de forma integrativa com outras terapias).
Recorrer à osteopatia pediátrica não é apenas uma resposta a problemas, mas uma forma de promover um crescimento harmonioso. Quando mais cedo for feito o acompanhamento, maior será o potencial de prevenir desequilíbrios que poderiam afetar o bem-estar futuro da criança.