Escoliose: o que é, causas, sintomas e tratamentos
Quando o ser humano se encontra de perfil, é possível verificar que a coluna vertebral apresenta 3 curvaturas principais. Essas curvaturas denominam-se por: lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar. Contudo, quando o indivíduo é visto num plano frontal, a coluna não deve apresentar nenhum tipo de curvatura. Portanto, quando essa curvatura aparece, designa-se de Escoliose.
O nome Escoliose vem do grego Skolios, que significa sinuoso, que faz curva, que é recurvado. Trata-se, assim, de um termo descritivo e não um diagnóstico. Segundo a Scoliosis Rechearch Society (Sociedade de Investigação de Escoliose), "em mais de 80% dos casos não se identifica a causa da escoliose”. Quando assim é, diz-se que estamos perante uma escoliose idiopática. A escoliose idiopática, segundo a literatura, pode classificar-se em escoliose infantil (até aos 3 anos), escoliose juvenil (dos 3 anos até à puberdade) e escoliose do adulto, que pode ser estável ou degenerativa.
Causas da Escoliose
Todavia, existem algumas escolioses de causa conhecida, como as deformidades congénitas da coluna vertebral, doenças neurológicas, entre outras.
Apesar da causa das escolioses idiopáticas ainda não ser precisa, existem alguns dados na literatura em que alguns autores admitem que as causas genéticas (as escolioses podem ter uma tradição familiar, ou seja, se a mãe tem uma escoliose, o mais provável é que a descendência possa vir, também, a ter, em cerca de 40% dos casos), as causas hormonais e, também, o crescimento rápido na puberdade possam estar por detrás do seu surgimento.
Além disso, as escolioses são evolutivas. Durante o crescimento evoluem de forma mais rápida; já durante a idade adulta evoluem de forma mais lenta. Por isso, devem efectuar-se uma avaliação e tratamento o mais precocemente possível.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da escoliose faz-se através de uma avaliação postural do indivíduo. Nesta avaliação, podemos encontrar várias alterações como, por exemplo, assimetria dos ombros e da anca, omoplata mais proeminente, alterações do tónus muscular, entre outros aspetos, pelos quais nos podemos guiar para conseguir identificar esta curvatura. Além da avaliação postural, podemos comprovar a mesma através de meios complementares de diagnóstico como, por exemplo, raio-X, TAC ou ressonância magnética.
As escolioses são passíveis de ser tratadas e o tipo de tratamento depende do ângulo que a curvatura apresenta. Assim, escolioses com um ângulo de Cobb (ângulo utilizado para medir as deformidades da coluna na classificação das escolioses) inferior a 25 graus tratam-se com recurso à Reeducação Postural Global (RPG). De uma forma sucinta, a RPG é uma especialização da fisioterapia que consiste na aplicação de posturas ativas, visando o alongamento das cadeias neuromusculares do nosso corpo. Escolioses com ângulos de Cobb entre os 25 e os 40 graus, para além da RPG, corrigem-se também com um colete ortopédico. E, por último, escolioses com ângulo de Cobb superior a 50 graus, o tratamento mais indicado é a cirurgia.
Redigido pela nossa Equipa de Fisioterapeutas